10/16/2009

Democracia x Desenvolvimento

Do Pé na África

Democracia ajuda a crescer?

Uma das questões intrigantes da política mundial é a relação entre democracia e crescimento econômico. Países democráticos crescem mais? O debate é quente na academia. Quem acredita na relação argumenta que níveis sólidos de crescimento e distribuição de renda dependem de regras bem definidas, liberdade para investir, morar e trabalhar e a fiscalização constante que apenas uma democracia pode dar.

Quem duvida dela lembra que a democracia é demorada e burocrática, e aponta para a China como exemplo de que uma ditadurazinha pode ser bem melhor.

A análise do último Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, divulgada na segunda-feira, oferece exemplos para as duas teses. O país africano com maior IDH é Líbia, um dos regimes mais fechados do planeta. Outro que figurou relativamente bem é uma ditadura de meter medo, a Guiné Equatorial. Apenas uma democracia do continente tem alto desenvolvimento humano, o minúsculo Estado insular das Ilhas Maurício.

Mas uma olhada no ranking “relativo”, o dos países cujos IDHs cresceram mais em relação ao ano passado, oferece uma visão mais favorável aos adeptos da importância da democracia para o desenvolvimento. Apenas para lembrar, o IDH obedece uma escala de 0 (pobreza) a 1 (riqueza), baseado numa complexa fórmula que pesa diversos indicadores.

Entre os 20 africanos que mais se desenvolveram no último ano, não há nenhuma ditadura absoluta. Numa classificação arbitrária e sujeita a alguma polêmica, identifiquei 13 democracias completas e 7 democracias que eu chamaria de “imperfeitas”, em que há eleições e multipartidarismo, mas por algum motivo estranho o mesmo partido (e o mesmo presidente) sempre ganha as votações.

Países recém-saídos de guerras civis horrorosas e agora democráticos estão em plena reconstrução. Serra Leoa foi o terceiro país cujo IDH mais cresceu no mundo nesse ano (aumento de 2,24%). A Libéria ficou em sétimo, com aumento de 1,84%.

A República Democrática do Congo, embora uma democracia imperfeita, teve um salto no IDH de 4,85% nesse ano, o maior entre 182 pesquisados. Também aparecem bem na foto democracias como Tanzânia, Moçambique, Maláui, Zâmbia, Botsuana e Gana (Gana, aliás, foi um dos poucos países a pular duas posições no ranking da ONU, indo para a posição 152).

Também tiveram ganhos expressivos Angola (em razão do petróleo), Etiópia e Uganda. Nenhuma pode ser considerada um modelo de democracia, mas também não são ditaduras barra-pesada.

É um fato que a África viveu uma onda liberalizante na última década e meia. Mais democracias surgiram, e até alguns bons exemplos de boa governança. Regimes opressores e corruptos caíram no Congo, África do Sul, Quênia, Zâmbia e Nigéria, entre outros. Verdade que muitas vezes o que veio a seguir decepcionou. Mas ao menos respira-se ares um pouco mais leves no continente. Falta agora o salto do crescimento econômico.

10/13/2009

Um fenômeno Superestimado II

Eu não quis, de maneira alguma, destruir a boa imagem das democracias do mundo no post anterior. As ditaduras, embora sejam igualmente capazes de proporcionar desenvolvimento econômico, são instáveis socialmente. Exemplos por aí não faltam.

Mas vamos partir do ponto em que as democracias liberais é que sejam as únicas capazes de promover o desenvolvimento e atrair os investimentos necessários. Esse governo vai precisar promover a estabilidade econômica, política e social.

Uma vez que a nossa cena internacional é cada vez mais interdependente, é de se esperar que as democracias liberais sejam cada vez menos frequentes. Mesmo os grandes investidores internacionais não vão investir em um Estado sem antes saber que o seu dinheiro está são e salvo dos revolucionários de plantão.

Assim sendo, não vai mais fazer diferença se o prefeito/governador/presidente é do Partido A (O que deixa mais branco) ou do Partido B (O que deixa mais macio). Se ele quiser que o município/estado/país dele se desenvolva e atraia investimentos, vai ter de promover os três tipos de estabilidade acima mencionados. A política finalmente pode ser tocada independente do que vier, supostamente, escrito depois do P.

10/06/2009

Teoria da Conspiração II

Continuano o post anterior...

Mudando as passagens, a pessoa fica à mercê das promoções. Comprando uma passagem promocional, a pessoa fica quase que obrigada a ficar uns dias a mais, caso não haja mais passagens de promoção no dia que ela desejava voltar anteriormente.

Isso também reflete no local onde ela vai ficar. Hotéis, dependendo de onde se vai, são caros. Uma diária de R$ 100(por exemplo)é bem pesada. Um dia a mais pode ter graves consequências pro orçamento familiar.

E se o objetivo das mudanças de datas nos concursos for instabilizar as famílias?

Inté

10/03/2009

Teoria da Conspiração

Cada concurso atrai várias pessoas de várias partes do país. Por maior comodidade e rapidez, as pessoas viajam de avião. Uma mudança na data da prova e as pessoas precisam mudar as passagens e pagar os custos de remarcação de passagens.

E se os institutos de organização de concursos tiverem uma parceria com as empresas de aviação?

Inté

10/02/2009

Um fenômeno Superestimado I

Há um personagem, estranho à maioria das pessoas, chamado Dr. Manhattan.
A sua tese afirma que a existência de vida na Terra é um fenômeno superestimado,
uma vez que há planetas, como Marte, que seguem o seu caminho sem um único organismo vivo.

Agora eu peço licensa a Allan Moore para introduzir uma discussão semelhante.



Ultimamente, eu tenho achado a existência de regimes democráticos um fenômeno superestimado.
O motivo? À semelhança do Dr, eu vejo países que seguem se desenvolvendo sem democracia. Olhem a China. Essa semana, o país comemorou 60 anos da revolução que pôs os comunistas no poder. Mesmo não sendo um regime democrático, é um país que cresce a passos largos, podendo vir a substituir os EUA como a potência dominante em um futuro próximo.

O Fim da História, pode-se pensar, é relativo. A democracia, tão importante e cara para alguns povos, não é um fator necessário para o desenvolvimento econômico. Em alguns casos, ela pode até mesmo ser um entrave a ele.

Então o que é necessário?

A resposta não é minha, mas dele. O mais importante não é o regime político, mas que ele promova a estabilidade. Por isso a tese do Fim da História é tão atraente em um primeiro momento. Há, entretanto, mais de um caminho para se chegar ao mesmo lugar.