9/20/2015

Desenhos

Já faz algum tempo que desenvolvi uma reflexão: alguns desenhos não são para crianças. Suas formas são bonitas, seus personagens são engraçados, mas seus contextos dizem coisas que crianças não tem a capacidade de captar. Aviso, logo, entretanto. Este blog não faz e nem vai fazer discurso de ódio contra qualquer desenho que seja. Se é isso que você quer, feche imediatamente e vá procurar a sua turma.

Um dos motores dessa constatação foi a notícia de que Phineas e Ferb, desenho que passa no canal Disney, vai ter um episódio temático de Lost, com roteiro do . Agora me diz uma coisa. Você acha que uma criança vai ver o episódio e entender alguma coisa? Lost acabou há 4 anos e ainda hoje algumas pessoas não entenderam. Uma criança não tem a menor condição de ver um episódio e entender o que vai acontecer.

Phineas e Ferb não é um show estranho a homenagens. Há episódios que fazem referência a Star Wars, Todo Mundo Quase Morto e vários outros shows. Meu argumento é só um: não acho que uma criança, público alvo do show, tenha totais condições de entender plenamente a intenção daquele episódio específico.

Para melhorar meu argumento, apresento outro show que já tem mais tempo na tv: Os Simpsons. O show já vai para a sua 27ª temporada e fez parte das infâncias de muitos de nós. Mente, entretanto, quem diz que captava as suas referências. Revi alguns episódios mais antigos e captei homenagens a filmes antigos que só vim entender após muito tempo de vivência no mundo.

2001 - Uma Odisséia no Espaço
Taxi Driver
Quero ser Grande
A solução a esse dilema pode ser muito simples. Quando for assistir um desenho, chame um adulto. Vocês podem dividir umas risadas e, quem sabe, ele pode te explicar as coisas que você não entender.

Inté

9/17/2015

O Doctor e a Dilma

Hoje o assunto é sobre dilemas morais. Senta aí que lá vem problemática.

Dia desses eu vi "The Beast below", da S05 de Doctor Who. Nesse episódio somos apresentados a uma situação curiosa: a Terra não existe mais e cada país é uma nave. A um ponto do episódio, sua companheira é apresentada à situação: há um dilema moral absurdo sobre o que sustenta a Nave Uk. Como cidadã do Reino Unido, ela tem 2 opções: protestar ou esquecer. A máquina argumenta que se um determinado percentual da população escolher pelo protesto, eles tomarão a decisão de desligar o que mantém a nave no ar. Se decidir esquecer, o programa continua. E agora?

Vou parar de narrar o episódio por motivo de spoilers. Mas a pergunta que fica é bastante intensa. Que os custo de governar um país são altos, não há dúvida. Há, diariamente, situações a serem resolvidas e acordos a serem fechados. Muitas vezes, essas situações podem levar as pessoas no comando a fazer coisas que são moralmente condenáveis. Não estou 'passando pano' ou justificando a corrupção. Que ela surge do senso de oportunidade das pessoas, isso é inquestionável. Mas até que ponto é interessante sustentar um governo que só faz acordos moralmente insustentáveis em nome da governabilidade?

Até que ponto ser imoral segura essa falsa sustentabilidade?

Eu apertaria o botão de protesto com vontade!


9/13/2015

Seguem algumas considerações a respeito do "Dança dos Dragões", 5º livro das Crônicas de Gelo e Fogo. Esses tópicos representam a minha opinião.

Abaixo, a disposição dos capítulos. Os capítulos da Arya, por exemplo, que não estão na disposição clássica do capítulo, foram contados como unitários. Dessa forma, a bagunça fica menor.



Saber de algumas coisas por já ter visto a série estraga um pouco a surpresa. Um personagem foi puxado para o fundo do rio e já sabia que ele não ia morrer por causa da série. Bola pra frente. Também é curioso ver como alguns encontros "acontecem". Daenerys e Tyrion, só para ficar em um exemplo. 

Jon Snow é confirmado como trocapeles no prólogo. Salgo engano, acho que ele sonha com o Fantasma durante os livros anteriores, embora esse domínio não seja bastante explorado pelo personagem. Jon o nega, inclusive. Mas outros membros dos Stark parecem também ter o dom confirmado, Arya, por exemplo. Ele também é responsável por encerrar a exploração do Sam sobre os WW.
A sua jornada no livro é bem mais complexa. Contração de empréstimo com o Banco de Braavos, a tensa relação com os selvagens e Fantasma sempre por perto.  
A série omitiu que parte dos selvagens dobrou o joelho para Stannis. Talvez se o Jon fosse o único responsável por essa decisão, ficaria mais fácil de voltar a Patrulha contra ele. Outra omissão: novas faces nos represeiros próximos à Muralha. O que significam? A resposta pode estar em um dos capítulos de Bran. 

Tão estranho ver o Tyrion sem vontade de viver... Tão triste. Seus comentários e questionamentos sobre a restauração Targaryen são bastante pertinentes e interessantes. É muito curioso saber sobre o início do Varys e os reais motivos do Magister Illyrio. Sua sensibilidade, entretanto, não se perde. Vê-lo analisar a forma como Cersei vai queimar as pontes com todos os seus aliados ou sua influência frente ao Jovem Griff vale o momento. Sua trajetória, entretanto, é completamente diferente nos livros. Nunca esperei vê-lo como mercenário. 

Daenerys continua sendo mal assessorada. Algumas nuances são interessantes. No Festim, vê-se que há várias pessoas indo ao seu encontro. Ao mesmo tempo, ela sente a solidão do poder. É uma contradição que a acompanha e curiosa a forma como evolui. A série omitiu o grande tamanho do seu conselho e a Guerra com as cidades livres. 
Sua personalidade é tão diferente no livro. Durante a narrativa ela é um pouco perdida, como se não soubesse o que fazer. A possibilidade de ser traída a qualquer momento deixa-a refém por muito tempo. Isso não a impede de casar novamente. 

[Não é interessante que Jon e Daenerys estejam passando por problemas "parecidos"?]

Continuo sem pena do que houve com Theon. Comer ratos e perder dedos ainda é pouco comparado com o que ele fez. Também não me importo com o enrredo da sua irmã ou do seu tio. Personagens desnecessários a meu ver. 

Bran é o personagem que tem a minha atenção. Muita expectativa para saber mais sobre o seu caminho, embora sejam apenas 3 capítulos sobre ele. O seu último capítulo vale uma leitura mais demorada e atenta. O segundo é o Jovem Griff. Sua identidade verdadeira é interessante demais para ser deixada de lado. Acho que vai dar trabalho ao Trono de Ferro. 

Bastante interessante a missão de Sir Davos. Quero ver como vai se encaixar na história. 

Melisandre cheia de truques. Desde os que estão dentro das suas roupas, como os que usa para ludibriar os outros. 

Por que o Banco de Ferro não tem mais destaque? Quase não se ouve falar dele.


O capítulo sobre Arya só confirma que sua cegueira faz parte do treinamento. A série misturou a sua missão no livro com o motivo pelo qual ficou cega. Mas sua linha também desperta interesse. Talvez seja a única Stark que eu respeito.

Inté

9/03/2015

Contato

Acabei de ver a série "Cosmos" com o Carl Sagan. Vi a mesma série com o Neil deGrasse Tyson, mas achei que deveria ver o original primeiro.

Para brindar o seu espírito científico e questionador, eu pergunto: por que ainda não fizemos contato? [Algumas hipóteses serão baseadas em ficção].

Hipótese 1 - Nós já entramos.
Para admitir essa hipótese, devemos abrir nossas mentes. Formas alienígenas não humanóides que possuem uma resistência maior que a terrestre podem ter chegado até a superfície via algum asteróide que caiu aqui.

Hipótese 2 - Somos os primeiros a tentar.
Em toda a Via Láctea, podemos ser os primeiros a tentar chegar em outros planetas. Nossa expedição a Plutão e Marte podem ser não apenas as primeiras na história do planeta, mas a primeira em toda a história da galáxia ou, talvez, do universo. Por que não?

Hipótese 3 - Somos "primitivos".
Desenvolvi esse pensamento após rever "O dia em que a Terra parou", de 1951. Se você não viu, a história é bastante parecida com a do filme mais recente: um alienígena pousa aqui e causa um sem número de confusões. A dificuldade começa quando ele pede para falar com todas as nações em vez de uma só. O filme é bastante interessante.

A possibilidade é que a convivência com alguém mais evoluído [outra raça completamente diferente da nossa] desperte nossos medos mais primitivos. No filme clássico, Klaatu recebe bala pouco depois de descer da sua nave. Apesar dos demais membros da sociedade espacial também terem receio da convivência com os terráqueos, eles também não são perfeitos. A paz deles é baseada em soldados que podem explodir o planeta em caso de conflito. Quanto tempo a Terra duraria em esquema parecido?

Veja o discurso dele.

"O Universo está cada dia menor. E a ameaça de uma agressão por qualquer grupo... de qualquer planeta não poderá ser tolerada. Deve haver segurança para todos ou nada estará seguro.  Isto não significa  renunciara nenhuma liberdade, exceto a de atuar, irresponsavelmente.
Os antepassados sabiam quando fizeram leis para governar E empregaram policiais para aplicá-las.

Nós, dos outros planetas, temos aceitado esse princípio. Temos uma organização para a
mútua proteção dos planetas e para a eliminação total da agressão.
A prova para tão alta autoridade é a Força Policial que a aplica.
Para policiar, criamos uma raça de robôs. Sua função é patrulhar os planetas em naves como esta, e preservar a paz. Havendo agressão eles têm poder absoluto sobre nós. Este poder não pode ser revogado. Ao primeiro sinal de violência, atuam automaticamente contra o agressor. A penalidade
por provocar seu ataque, é terrível demais para se arriscar. O resultado, é que vivemos em paz, sem exércitos, nem armas, seguros de que estaremos livres de agressões e guerras. Livres para empreender
atividades mais produtivas.
Não pretendemos chegar a uma perfeição, mas temos um sistema, e ele funciona.
Só vim aqui para dar-lhes estes fatos. Não nos interessa como dirigem seu próprio planeta, mas se pretendem estender sua violência, a Terra se verá reduzida a simples cinzas. 
Sua escolha é simples: Unam-se, e vivam em paz, ou prossigam em seu curso atual e enfrentem a destruição. Esperaremos sua resposta. A decisão cabe a vocês."




Talvez o só seremos dignos de ter contato com outras raças e culturas quando pararmos de nos explodirmos, nos respeitarmos [a nós mesmos e os outros] e termos a mente um pouco mais aberta. Isso não seria lindo? E viver sem agressão?

Essas são apenas algumas possibilidades. Não me assustaria se o motivo real fosse uma 4ª alternativa ou a mistura de duas ou mais das hipóteses apresentada. O que você acha?

Inté