7/28/2006

Esse texto do Zuenir Ventura é muito bom. Até eu acreditava que ele era o único Zuenir...
Não sou o único
Zuenir Ventura
Sempre acreditei que era o único a carregar esse meu improvável nome, o que aliás nunca foi motivo de orgulho. Muito ao contrário. Ele só me tem dado trabalho, e causado confusão nos outros. Não me lembro de alguém que o tivesse pronunciado certo pela primeira vez. Acho que já fui chamado por quase todas as combinações que essas seis letras permitem – Zeunir, Zuneir, Zenir, Zineuir – e outras tantas: Zoenir, Suenir, Suelir, Seunuir. Isso sem falar na troca de gênero. Já tenho até resposta pronta para o que acontece freqüentemente quando toca o telefone na minha casa:
– Eu queria falar com dona Zuenir.
– É ela mesma que está falando – respondo, emudecendo o outro lado.
Vocês podem imaginar minha surpresa com o que acaba de me suceder. Tudo começou quando recebi uma mensagem da leitora Kátia Krause cujo assunto era “invasão de privacidade”. Ela dizia: “Você não me conhece, a não ser por e-mail, mas olha só o que qualquer um pode achar sobre você acessando o site www.helplistas.com.br”. Em seguida, meu nome completo, rua, bairro, telefone e até um mapa para se chegar ao meu destino. Indignada, Kátia completava: “Ou seja, nossa queridíssima Telemar divulga todos os nossos dados pessoais pra serem expostos na internet, nessa ‘Suíça’ onde moramos”.
Entrei então no tal site e constatei que de fato qualquer um poderia chegar à minha casa sem perguntar a ninguém. Mas isso não foi nada. O espanto veio quando descobri que havia ali um outro Zuenir. Não era possível! Ia ter que desmentir todas as entrevistas e palestras em que sempre respondi: “não, sou o único”. Nas duas vezes em que se tentou criar um homônimo, consegui evitar. Eram pessoas que, por gostarem de mim, queriam me homenagear. Propus então que chamassem o filho de Carlos, que é meu segundo nome e decente.
Levei uns dois dias para discar o número que eu tinha copiado da tal telelista. Eu hesitava entre uma irresistível curiosidade e um inexplicável temor. Liguei um dia e ninguém atendeu, nem secretária eletrônica. Deixei passar mais um dia e finalmente telefonei. Atendeu uma senhora. Perguntei:
– É da casa de Zuenir da Silva Amaral?
– É, sim, senhor. Quem deseja falar?
– Zuenir Ventura.
– Não é trote não, por favor, não desligue. Sou... – ia completar “uma pessoa séria, faço isso e aquilo”, mas ela me interrompeu:
– Conheço Zuenir Ventura da televisão. Quero saber como é que o senhor conseguiu esse telefone?
Contei a história do site, li um trecho do e-mail da Kátia, não sabia mais o que dizer (depois, ela me pediu mil desculpas pela “grosseria”, explicando que pensou que fosse um desses golpes por telefone muito comuns no Rio). Aos poucos ela foi se descontraindo, ganhando confiança, mas acho que ainda duvidando um pouco da coincidência. E nada de ir chamar o meu xará.
– Agora que a senhora sabe que sou um homem de bem, poderia chamar o sr. Zuenir?
Foi quando ela disse:
– Zuenir sou eu.
Uma sensação tão estranha. O que senti foi uma mistura de incredulidade, decepção, algo parecido com o que deve sentir alguém que descobrisse ter um irmão desconhecido e que, ainda por cima, esse irmão não era irmão, era irmã. Já então à vontade, dona Zuenir contou que tinha 65 anos, nascera em Campos e que o nome fora uma invenção do pai. “Ele sempre me disse que surgiu de repente, da cabeça dele”. Quer dizer: nem o consolo de uma homenagem.

7/22/2006

Separados no Nascimento


O da esquerda, figura habitué do http://www.fotolog.net/malvados. O segundo, mascote do Pan-Americano do Brasil.

Post sério abaixo.

Inté

7/20/2006

Talvez...

Toda pessoa é um ser influenciável. Uns mais, outros menos, depende do grau de esclarecimento da criatura. Infelizmente, aqui no Piauí, onde eu vivo, as pessoas se deixam muito influenciar. Como diria "Tia" Keka, as pessoas daqui ainda são muito influenciáveis. E isso é lamentável. Afinal, virar massa de manobra não é interessante pra ninguém, a menos que você tenha pleno controle dessa massa. Ser chamado de alienado não é algo que alguém vá gostar, mas ter acesso a educação ainda é algo relativamente difícil por aqui. Esperamos que isso mude, mas não é minha intenção falar disso agora.

O fato é que o piauiense sempre foi mais suscetível a aquilo que vem de fora. É como se nada do que fosse produzido aqui fosse bom o suficiente para ser mostrado como fator de orgulho. Temos Torquato Neto, um dos maiores referenciais na música e quase não se fala dele por aqui. Nossos times não são bons o suficiente para torcermos por eles. Nossa educação não é boa o suficiente para que os filhos de Teresina fiquem por aqui após o vestibular. Acabamos idolatrando tudo aquilo que é feito fora. Idolatramos times que não ligam pra nós, bandas que vem ao Piauí "cumprir tabela" e faculdades que... que... bom... tiram nosso dinheiro do mesmo jeito que as nossas(talvez até melhor).

Acabo sem saber o porque disso, embora confesse que gostaria de saber. Talvez seja pela nossa baixa auto-estima? Pela simples vontade de gastar R$? Ou seria por algum motivo que eu desconheço? Não sei. Só devo achar que o Piauí deveria se valorizar mais. Idolatrar o "feito aqui". Talvez assim a auto-estima do piauiense melhorasse e ele não se diminuísse com as pressões externas. Talvez fosse melhor do que levar carões em shows ou idolatrar times que vem ao Piauí só "cumprir tabela". Talvez mesmo assim o pessoal daqui se empolgasse pra produzir mais com uma qualidade maior.

Quem sabe?

Victor Castelo Branco,
Riverino e fã da música piauiense

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7/05/2006

Tanto Mar...

Toda separação é dolorosa. Independende do motivo que a causa, a separação acaba provocando consequências em ambos.
Por um dia, por um mês... Não importa.
O importante é que ambos se amem e se respeitem. Afinal, se há amor, não se precisa de mais nada.

inté