Dom Quixote e os livros

A Bailarina segue ao som do saxofonista. Ele toca grandes sucessos, como Carinhoso e A Rosa. Ela, no seu vestido branco, segura uma placa com os dizeres: Corisco Apoio: Editora Saraiva.

Essa semana passada aconteceu o 3º Salão do Livro do Piauí, com a participação de vários nomes de peso da literatura e das letras nacionais, embora haja o caso de pessoas a muito esperadas que não puderam comparecer por motivos alheios à sua vontade.

Apesar de maior que o ano passado, esse Salipi contou apenas com editoras locais. Mas há de se reconhecer os esforços dos quatro professores que batalharam pela sua organização e crescimento anual. Isso sem contar a luta pelas futuras organizações dos próximos salões.

Infelizmente, trabalhar com livros tanto no Piauí como no Brasil ainda é uma tarefa digna de Dom Quixote. Os custos da carga tributária e da produção acabam por ser repassados ao consumidor final, dificultando o acesso àleitura de todos e a formação de novos leitores.

Ainda falta um pouco mais de profissionalismo das próprias editoras locais sem contar que ainda falta alguma iniciativa de ambas as partes(Organização e Editoras) para trazer mais brilho ao Salão, o que deve ser esperado para o próximo, em uma nova estrutura bem maior que a antiga.

Tal qual o nobre espanhol que ficou louco por ler muitos livros sobres cavaleiros andantes cabe a todos nós, leitores, herdar um pouco do seu idealismo e lutar, não contra moinhos tal qual ele fazia, mas pela baixa do preço dos livros, de forma a possibilitar todo um novo universo tanto aos novos como aos mais velhos. Só assim poderemos ter um mundo mais justo e igual para todos.