(Putz, lá se vai mais do que sobrou da inteligência brasileira. Que merda...)

Celso Furtado morre no Rio aos 84 anos e será velado na ABL

Por Marcos de Moura e Souza

São PAULO (Reuters) - O economista Celso Furtado, 84 anos, morreu neste sábado pouco depois do meio-dia em seu apartamento no Rio de Janeiro. A informação foi transmitida pelo senador petista Aloí­zio Mercadante, que participa do encontro do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo.
O corpo do economista será velado na Academia Brasileira de Letras (ABL), onde ingressou em outubro de 1997.
"Ele foi um dos grandes pensadores da América Latina e um brasileiro marcado pela cooerência e compromisso com o desenvolvimentismo", disse Mercadante.
Os membros do PT fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao economista. Em nota oficial, o PT lamentou a perda, afirmando que "deixa o Brasil mais pobre do ponto de vista intelectual, polí­tico e ético".
A nota ressalta ainda, que "no momento em que o Brasil se vê confrontado com a necessidade de pensar seu projeto nacional de desenvolvimento, os ensinamentos teóricos e o exemplo ético de Celso Furtado serão uma referência fundamental para o Partido dos Trabalhadores".
Em uma de suas últimas participações de cunho polí­tico, Furtado foi um dos signatários do abaixo assinado organizado por petistas e personalidades em defesa da manutenção de Carlos Lessa no comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
PERFIL
Furtado nasceu na Paraí­ba, na cidade de Pombal, no sertão nordestino. É de sua autoria o clássico Formação Econômica do Brasil, um estudo que retrata os mecanismos da economia brasileira desde colonização até a industrialização, além de ter fundado e dirigido a autarquia federal Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste). Ele nunca trabalhou para empresas privadas.
O economista, que também estudou direito depois de integrar a Força Expedicionária Brasileira na útima fase da Segunda Guerra Mundial, vivia no Rio de Janeiro.
Furtado foi técnico de administração do governo Vargas de (1944-1945), economista da Fundação Getúlio Vargas (1948-1949), diretor da Divisão de Desenvolvimento da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) de 1949 a 1957, diretor do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) de 1958 a 1959, e foi de 1962 a 1963 o primeiro titular do Ministério do Planejamento, no governo João Goulart.
Celso Furtado está entre os grandes economistas que fizeram estudos, no pós-guerra, sobre os problemas do desenvolvimento econômico, relacionando-os com problemas históricos. (Com reportagem de Maurício Savarese)