Gente, finalmente consegui escrever meu primeiro conto. Claro, deve ser visto como escita de uma principiante, marinheira de primeira viagem, ainda estudante do terceiro período da faculdade de jornalismo... mas até que ficou bem legal, já foi aprovado por muita gente. Por falar nisso, queria agradecer a um dos meus maiores incentivadores, Leyberson, um amigo de Brasília. E podem esperar que depois da primeira vez, as outras fluem naturalmente, hehe.
Eram quatro horas da manhã. Encontrava-me em frente à uma casa de shows na avenida Daniel de La Touche. O forró já havia terminado há uma meia hora e todos buscavam um jeito de voltar pra casa. Eu, em pé e pensativa, esperava por minha irmã que, como de costume, perdera-se de mim. Sabia que a qualquer hora ela apareceria pois já sabia que sempre me reencontrava no mesmo local.
Um homem se aproxima. Baixinho, loiro, desconfiado. Olha pra mim como quem quer puxar assunto. Eu, querendo continuar em meu silêncio, ignoro sua chegada. Ele insiste em olhar nos meus olhos. Olho pra baixo, pra cima, para os lados... procuro por alguém conhecido na esperança de encontrar uma saída... nada! Nessas horas não aparece ninguém.
De repente, ouço uma frase
-te conheço?
-não.
-tem certeza?
-ahaham. Respondi na afirmativa.
-acho que você estudou no Cefet.
-estás enganado nunca estudei lá.
-desculpe então realmente me enganei.
-tudo bem.
-estás esperando alguém?
-é, estou.- Objetiva para não alargar conversa.
-namorado?
-minha irmã. – que idiota, podia ter afirmado!!!
-ela vem te buscar?
-ela está lá dentro!- eu e minha educação...
-aaahhh...
O silêncio chega. Eu continuo a fugir de seu olhar, ele continua procurando assunto. Olho para o relógio, os minutos passam e a tratante da minha irmã não se compadece de mim... acho que ela pensa que estou em situação melhor!
-posso saber o seu nome?
-é... Jéssica. Foi o primeiro nome que me veio à cabeça, sempre o utilizo nessas horas.
-muito bonito, sou o Fabrício, prazer.
Sorri.
-você é muito simpática.
-muito obrigada! – se ele adivinha o que estou pensando talvez não tivesse essa opinião.
-não quer que eu te leve em casa?
Mas era só o que me faltava mesmo. Eu estaria doida ou muito bêbada para aceitar tal proposta.
-de jeito nenhum, vim com minha irmã e só saio daqui com ela. Ordens de meu pai. Não se preocupe.
-que pena! Acho que a gente podia até aproveitar a ida para nos conhecermos melhor. Moro no Turu e tenho certeza que não seria sacrifício nenhum. Onde você mora?
-eu? É.... Coroadinho. – escolhi este por ser um bairro da periferia de São Luís e que apresenta certo grau de violência à noite.
-legal, trabalho bem perto de lá.
-ah é? legal! – já vi que não vai ser fácil!
-eu trabalho em uma empresa de automóveis. Sou novo, com trinta e três anos tenho minha independência, moro sozinho e sustento dois filhos.
Pronto! Exibido, ótimo!
-ih, não te assusta, meus filhos que eu digo são dois cachorros que eu tenho. Riu.
-ah é? – argh, engraçado... quase morro de rir.
-quantos anos você tem? Espera deixa eu adivinhar... quartoze.